we're fated to pretend
MGMT
Ela muda o corte de cabelo, e o pinta de uma nova cor, mais clara, com algumas luzes. Vai ao shopping, compra roupas novas, arrisca com coisas que não usaria nunca, antes, e muda quase metade do guarda-roupa. Descobre uma cafeteria simpática, começa a frequentar toda semana, as vezes sozinha, as vezes não. Passa a usar alguns colares e pulseiras novas, com miçangas e pedrinhas coloridas, reminiscências de uma feira hippie. Para de fotografar, extermina as pretensões e se contenta com a câmera como hobbie. Faz mais uma nova melhor amiga de infância, troca confidências renovadas, estabelece novos laços de afeto.
Ele faz uma nova tatuagem, maior que a anterior, mais colorida que a anterior. Troca alguma cadeiras da faculdade, arrisca uma novas, abandona tantas outras. Passa a fumar também quando sóbrio, ao contrário dos hábitos e conceitos anteriores. Apaga, do computador e do Ipod, uma porção de músicas, discos pra nunca mais de ouvir. Em compensação, conhece tantos outros, vira fã de bandas nunca ouvidas antes. Vai a novas festas, alguma nem tão legais assim, mas não consegue mais ficar em casa.
E quando os amigos lhes perguntam “tudo bem?”, sorriem com todos os dentes bem brancos, dizem que sim, que está tudo tranqüilo.
Mentem.
Mentimos.
20 de outubro de 2010
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Amei. A forma de escrever juntamente com o conteúdo fazem desse texto encantador.
ResponderExcluirTrocar de pele, mentir pra si mesmo... Típico do ser humano.
ResponderExcluirAdorei o texto :)
Sempre seu assunto predileto.
ResponderExcluirFalam uma verdade que gostariam
ResponderExcluirDescrição perfeita dos últimos meses que eu lembro ter vivido, tirando a tatuagem, porque eu tenho medo de agulha.
ResponderExcluircurti seu blog, você escreve muito bem, algo de substancial que eu ainda não consegui identificar.
as vezes precisamos mudar não para superar, mas para nos encontrar. a outra parte, deixamos a cargo do tempo.
ResponderExcluire este as vezes demora a aparecer.
gostei (:
Imagina! Eu adoro ouvir tuas valsas, aliás, já estou com saudade delas... Obrigada por fazer parte da minha estante virtual, e pelos comentários tambem.
ResponderExcluirE, deixando de lado esse vocabulário bonitinho e educado, você é foda, man.
Melhor acreditar duma vez ou vai sofrer ao me pedir pra parar toda vez que eu resolver jogar umas verdades por aqui hahaha. Falo sério.
ResponderExcluirEspero que encontre objetos de inspiração, adoro poder te ler, buddy.
Hahahaha muito obrigada. Depois dessa só falta me tirar pra dançar uma das tuas valsas. Seria uma honra. Para mim, claro, não para os teus pés.
ResponderExcluirE pode deixar, eu não uso vestido de seda. Nada de rasgos (e essa tentativa de ser engraçada foi uma merda).
Enfim, na verdade eu nem uso vestido, sou uma menininha com bolas. Espero que isso não te assuste.
E se tivesse te assustado, que reclamasse com a Clarah Averbuck. Foi dela que tirei essa expressão, não levo o crédito nem a culpa hahaha.
ResponderExcluira gente se habitua a dizer tudo bem, e às vezes até se convence por algum tempo. aí, em algum momento, alguma coisa, uma lembrança, uma música, um lugar, um fato, algo nos lembra que a coisa não é bem assim. tu anda inpirado, leke.
ResponderExcluirMentiras nossas que são contadas para nós mesmos.
ResponderExcluirGostei do blog, vou acompanhar =)
É quase involuntária essa convicção de que fingir que tudo está bem fará com que as coisas, de fato, fiquem bem. Uma pegadinha de nós para nós mesmos. E vivemos caindo.
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