14 de setembro de 2010

Não Mais

es tan corto el amor, y es tan largo el olvido
Pablo Neruda

    Então é assim? Depois de tudo, é só isso que resta? Como pode um amor daqueles, um amor grande daquele jeito, um amor devotado em todas as suas mínimas e ínfimas ações, um amor de braços largos, feitos pra abraçar apertado, como pode um amor daqueles ter sido reduzido a esse quase nada? E aí nos esgueiramos, rasgando os joelhos, sangrando a carne, rastejamos por entre os escombros e os minúsculos estilhaços que restaram depois da implosão, procurando loucamente por alguma migalha, por menor que seja. E elas são pequenas sim, mas nos interessam, nos alimentamos dela, com toda a fome do nosso espírito, mas isso não nos sacia, porque é quase nada, e estávamos acostumado com o quase tudo, o quase maior amor do mundo, o quase beijo mais longo do mundo, o quase olhar mais sincero do mundo. A história quase sem final. Quase.

11 comentários:

  1. Já passei por um amor assim...
    Texto lindo! (:
    Seu blog tá cada vez melhor.

    Beijo e Bom dia.

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  2. quase fim é pior que um fim resoluto, na minha opinião. :/

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  3. A falta de pontos finais fez com que o texto soasse como um furacão. A princípio, não entendi isso, e achei que fosse idéias em caos. No entanto, agora percebo que é uma maneira de expor os sentimentos através das palavras. Quase que uma previsão.
    No geral, ótimo texto (Y)

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  4. Estar no "quase" é insuportavel... Pus um ponto final na minha "quase" história sem fim. Precisava ler esse texto hoje...rs Nada é por acaso!
    Adorei seu Blog...Encontrei devido a comunidade do Caio.
    beijos

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  5. suas palavras são lindas *-*
    obg pela sua visita e seu comentário no meu blog. também adorei o seu (:

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  6. 'Que coincidência é o amor
    A nossa música nunca mais tocou'

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  7. seus textos parece que prendem a gente, muito bom seu blog , to seguindo :D

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  8. Pois então foi reciproco...
    No aguardo de suas "valsas"...

    beijos

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  9. Seus textos tocam em mim de um modo diferente dos outros e eu sempre gosto deles. Parabéns.

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  10. Teu quase, teu meio termo, teu talvez... O excesso te mata, mas o mediano te consome lentamente, enfraquecendo, te deixando em ruinas até o fim resoluto. Porque ele não te alimenta por inteiro, te faz meio gente, meio nada.
    É como um disco riscado, que arde até chegar ao fim.
    A (minha) sorte é que as tuas valsas são sempre limpas. Me ardem também, mas da forma mais suave que poderiam fazê-lo.
    Vou passar a te agradecer todo dia, man. Pelas palavras e por ser tão fodidamente bom.

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  11. puta merda. pois é. um dia tudo parece fazer sentido e no outro você está lá, atropelado por um bonde.

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